sexta-feira, 28 de julho de 2017

Tarots tradicionais.

Para quem gosta ou quer começar a estudar a arte da tarologia e precisa escolher um deck, segue uma breve descrição de alguns dos mais essenciais, tradicionais, populares, famosos e comercializados (escolhi quatro entre os fundamentais).
Seguem abaixo breves resumos dos referidos decks:

O tarot de Marselha:


Original do francês ”Tarot de Marseille” é um dos mais antigos decks conhecidos. Começo com ele por ser considerado um bom tarot para aprendizado por conter nele toda a simbologia inerente ao oráculo. Bom para iniciantes pois apenas aconselho a se aventurar em ilustrações mais modernas, depois de haver estudado sua simbologia e seus desenhos medievais feitos normalmente em cores primárias devido às condições de impressão da época. Ele é considerado uma verdadeira matriz de onde todos os outros teriam sido inspirados. Alguns historiadores atribuem que sua origem foi o Norte da Itália, tendo sido posteriormente introduzido no Sul da França, sendo propagado e onde adquiriu a denominação de ”Tarot de Marseille”. É difícil precisar a data e origem do tarot, entretanto nota-se que foi em meados do século 15. Seu padrão medieval de desenhos era muito comum na Itália.
O tarot Visconti Sforza:



Reproduz com muita beleza a riqueza medieval aristocrática em vestimentas, é considerado um dos mais antigos, criado a pedido de Visconti Sforza, Imperador da Itália no século 15. Considero sua arte uma das mais belas feitas até os dias de hoje. O que temos reproduzido hoje em dia são as ilustrações nas cartas pintadas à mão de vários tarots que foram encomendados a artistas da época por Sforza, e que terminaram com o tempo por ficaram todos incompletos, sendo que algumas de suas lâminas tiveram que ser recriadas para que se fizesse a reprodução comercial tal como conhecemos hoje em dia. Os arcanos menores numerados obedecem aos padrões da iconografia do tarot de Marseille, que trazia ainda, diferentemente dos tarots atuais, a simplicidade dos símbolos de paus, ouros, espadas e copas sem as personagens e suas cenas. Os antigos cartões estão hoje expostos em museus, e observa-se um particular interesse histórico por causa da beleza e dos detalhes da sua composição, muitas vezes feitas de materiais preciosos, folhas de ouro e, possivelmente, reproduzindo os membros da família Sforza e Visconti. Consequentemente, ele oferece um vislumbre da vida aristocrática da época em Milão.
Rider Waite Smith Tarot deck:



Elaborado pelo místico e ocultista inglês Arthur Edward Waite e ilustrado por Pamela Colman Smith, escritora e ilustradora inglesa. Esse baralho é amplamente comercializado no mundo todo e trouxe com sua estréia em 1910, algumas inovações, como as inversões dos arcano 8 a Justiça pelo arcano 11 A Força, o que muitos estudiosos do assunto consideram um erro ou uma mudança de certa gravidade. Arthur Edward Waite era um ocultista que possuía uma cargo elevado na Ordem Hermética da Aurora Dourada, e os arcanos eram baseados em uma sequência do alfabeto hebraico. As ilustrações ainda se aproximam no baralho de Waite e estão dentro da proposta medieval do baralho de Marselha pois à época não haviam tido mudanças estéticas significativas. Rider Smith foi quem atribuiu ao arcano O louco a numeração 0, pois no tarot de Marselha o louco era uma lâmina de livre trânsito sem ter numeração, e  introduziu elementos esotéricos e ocultistas e retirou a simbologia católica empregada no Tarot de Marselha, como no exemplo da carta da Sacerdotisa, que no Waite possui correlação com a deusa Ísis egípcia.
Podemos  também notar o surgimento de cenas contendo personagens nas lâminas numeradas dos arcanos menores, entre outras inovações que ilustram bem o significado de cada arcano, como por exemplo no três de espadas onde vemos um coração apunhalado por três espadas. A partir desse deck outros foram inspirados e criados e suas colorações variam um pouco pois os primeiros decks eram em preto e branco.

O tarot de Thoth




Tarot criado pelo ocultista britânico Aleister Crowley e ilustrado por  Lady Frieda Harrys. Inspirado na idéia de que o tarot teria sido uma criação egípcia baseando-se no livro de Thoth embora as ilustrações não tragam a temática egípcia, o deck é considerado muito inovador devido a algumas mudanças inseridas em seu contexto como algumas trocas realizadas nas figuras da corte, os valetes passam a ser princesas, os cavaleiros príncipes, as rainhas continuam como rainhas e os reis passam a ser cavaleiros. Os nomes dos arcanos maiores foram modificados como nos exemplos, A Temperança que passa a ser denominada Arte, o Mundo passa a ser O Universo. O tarot de Crowley traz configurado símbolos e influências ocultistas do Thelemismo, da Cabala, da mitologia romana, de divindades do panteão egípcio e da astrologia, atribuindo símbolos planetários e signos zodiacais correspondentes com os quatro elementos nos arcanos menores.


Texto por Lilian Zahírah
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