segunda-feira, 31 de julho de 2017

”A Arte” Thoth Tarot deck.



Aleister Crowley preencheu de complexidade e alquimia o arcano XIV, que denominou ”A Arte” e que é originalmente A Temperança.

Pra começar a descrever essa lâmina, deve -se considerar que pela astrologia esta se refere ao signo de sagitário, significando ”o arqueiro” portanto na ilustração vemos a representação da deusa Diana, a Caçadora. Sagitário está aqui representado pela seta que transpassa o arco íris, (a lâmina está ampliada para que se veja claramente toda a simbologia aqui representada).

”Diana é, em primeiro lugar, uma das deusas lunares, embora os romanos tenham produzido uma certa degradação da deusa a partir da “Artemis virgem” grega, que é também a Grande Mãe da Fertilidade, Diana dos efésios, a de muitos seios (uma forma de Ísis – ver Atu II e III). A conexão entre a Lua e a caçadora é indicada pelo formato do arco, e a significação oculta de Sagitário é a seta perfurando o arco-íris; os últimos três caminhos da Árvore da Vida compõem a palavra Qesheth, arco-íris e Sagitário porta a flecha que perfura o arco-íris pois seu caminho conduz da Lua de Yesod ao Sol de Tiphareth (esta explicação é altamente técnica, o que se justifica porque a carta representa uma importante fórmula científica, que não pode ser expressa em linguagem apropriada à compreensão comum). ” (Aleister Crowley 1944)

Esta seria a primeira alusão que Aleister Crowley fez a partir das simbologias entre Lua e Sol, de que esta carta se refere o tempo todo ao equilíbrio entre as energias de polaridades masculina e feminina. No entanto compreender a profundidade desses elementos é extremamente complexo, estamos lidando com estágios de compreensão cabalísticos, apenas propagado aos iniciados na ”Arte”, Yesod, a Lua das intuições que seriam o reflexo de  Thiphareth o Sol, quem penetra seus mistérios desperta para uma mente iluminada.


A ideia filosófica por detrás do personagem aqui representado de forma andrógina, seria a verdadeira união, e consequentemente o ideal de evolução da representação do Atu VI, ”The Lovers” que complementa ”A Arte” e é representada pelo seu oposto no zodíaco gêmeos.

the-lovers

As personagens aqui representadas como Rei negro e Rainha branca, e toda sua dualidade encontram-se em ”A Arte” de forma unida determinando o equilíbrio de que essa busca resultaria na compreensão de sua síntese.

”Esta carta representa a consumação do casamento real que ocorreu no Atu VI. Os personagens negro e branco estão agora unidos numa única figura andrógina. Mesmo as abelhas e as serpentes em seus mantos fizeram uma aliança. O leão vermelho tornou-se branco e cresceu em tamanho e importância, enquanto que a águia branca, semelhantemente expandida, tornou-se vermelha. Ele trocou seu sangue vermelho pelo glúten branco dela ( só é possível explicar estes termos a estudantes avançados de alquimia). ”(Aleister Crowley 1944)

A Alquimia a que se refere, é a transformação do sangue ”rubedo” na linguagem dos alquimistas, que significa a vida dentro de seus sofrimentos vivenciados na carne, para um estado purificado e branco, renascer em ”albedo” ou seja a brancura que é refletida pela luz solar.

”O equilíbrio e a permuta são efetuados completamente na própria figura: a mulher branca possui agora uma cabeça negra, o rei negro, uma branca. Ela usa a coroa de ouro com 81 uma faixa de prata, ele, a coroa de prata com uma fita de ouro, mas a cabeça branca à direita é prolongada na ação por um braço branco à esquerda que segura a taça do glúten branco, enquanto que a cabeça negra à esquerda tem o braço negro à direita segurando a lança que se tornou uma tocha e verte seu sangue ardente. O fogo queima a água, a água extingue o fogo.” (Aleister Crowley 1944)

Aqui Aleister inseria os elementos de troca e assimilação, que sempre simbolizaram originalmente a lâmina ” A Temperança” onde nas tradicionais ilustrações vê-se um anjo que sefura um vaso em cada mão e os derrama um no outro, fazendo dessa forma a troca de substâncias opostas para que estas atinjam um estado de harmonia e que guarda muitas semelhanças com o processo de individuação, baseado nas pesquisas clínicas de Jung, que seria a integração do indivíduo como ser único, que visa alcançar o verdadeiro sentido de sua existência, trabalhando os arquétipos de pai e de mãe, alcançando dessa forma uma integração total entre ego e self, persona e sombra.

”Na base desta carta, por exemplo, são vistos o fogo e a água misturados harmoniosamente. Mas isto é apenas um símbolo rudimentar da idéia espiritual, que é a satisfação do desejo do elemento incompleto de um tipo em satisfazer sua fórmula por assimilação de seu igual e contrário.” (Aleister Crowley 1944)

”Este estado da Grande Obra portanto consistia na mistura dos elementos contraditórios num caldeirão. Este é aqui representado como dourado ou solar, porque o Sol é o Pai de toda a Vida e (particularmente) preside a destilação. A fertilidade da Terra é mantida pela chuva e o sol. A chuva é formada por um processo lento e suave e é tornada efetiva pela cooperação do ar, que é ele mesmo alquimicamente o resultado do casamento do fogo e a água. Assim, também a fórmula do prolongamento da vida é morte, ou putrefação. Aqui é simbolizado pelo caput mortuum sobre o caldeirão, um corvo pousado sobre uma caveira. Em termos de agricultura, isto é a terra inculta.” ( Aleister Crowley 1944)

O Sol segue como elemento masculino primordial à vida, a água da chuva como elemento primordial feminino nutre o solo que deve significar algo como sendo a própria vida, a vida mundana no caso, pois trata-se de uma reencarnação finita, representada pelo corvo, no final da vida um ciclo se encerra. O corvo é uma ave abutre que ao longo dos séculos adquiriu inúmeros significados e superstições que a atribuem como sinal de morte iminente, os árabes a denominam ”Abu Zajir” que significa ”O pai das profecias”.

”O arco-íris simboliza, além disso, um outro estágio no processo alquímico. Num certo período, como resultado da putrefação, observa-se um fenômeno de luzes multicoloridas (a “capa de muitas cores” que se dizia ter sido usada por José e Jesus, nas antigas lendas, se refere a isso. Ver também Atu 0, o traje de bufão do Homem Verde, redentor-sonhador).  Em síntese, o conjunto desta carta representa o teor oculto do ovo descrito no Atu VI. É a mesma fórmula, mas num estágio mais avançado. A dualidade original foi completamente compensada; mas depois do nascimento vem o crescimento; depois do crescimento, a puberdade, e depois da puberdade, purificação.” ( Aleister Crowley 1944)

Aqui novamente vejo muito fortemente a semelhança com o processo de individuação de Jung, pois Jung acreditava que o processo só era possível em uma idade mais madura, muito próxima dos quarenta anos, quando a alma sente ser necessária sua integração.

 ”O estágio final da Grande Obra é, portanto, prenunciado nesta carta. Atrás da figura, estando suas bordas coloridas com o arco-íris que agora emergiu dos arco-íris gêmeos formadores da capa da figura, há uma auréola encerrando a inscrição VISITA INTERIORA TERRAE RECTIFICANDO INVENIES OCCULTUM LAPIDEM (“Visita as partes interiores da terra: pela retificação tu descobrirás a pedra oculta.” Suas iniciais formam a palavra V.I. T. R. I. O. L., o solvente universal, do qual se tratará na seqüência (seu valor é 726 = 6 x 11 = 33 x 22).” ( Aleister Crowley 1944)



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 *”A Grande Obra” alquímica, determina dessa forma que no Atu XIV, ela se completa a partir da transformação de todos os seus elementos, se complementando e se depurando. No Atu VI, ela continha em essência a estrutura para se alcançar esse estágio avançado. Porque buscamos o tempo todo equilibrar nossas existências nos pautando pelo apoio de nossos opostos complementares, aqui encontramos finalmente a junção e complementaridade dentro de nós mesmos, em essência somos completos e devemos nos aprimorar afim de que alcancemos um dia esse estado de plenitude do Atu XIV. Chegamos ao ponto ideal do equilíbrio andrógino, temos as polaridades Yin e Yang em harmonia, somos completos.



 *A Grande Obra (do latim Magnum Opus), em Thelema, é o processo da consecução do Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião e aprendimento e cumprimento da Verdadeira Vontade. O conceito se origina da Alquimia medieval, e chegou a Thelema através da Magia Hermética informada pela Qabalah.

Thelema.org.br

 Texto por Lilian Zahírah

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sexta-feira, 28 de julho de 2017

Tarots tradicionais.

Para quem gosta ou quer começar a estudar a arte da tarologia e precisa escolher um deck, segue uma breve descrição de alguns dos mais essenciais, tradicionais, populares, famosos e comercializados (escolhi quatro entre os fundamentais).
Seguem abaixo breves resumos dos referidos decks:

O tarot de Marselha:


Original do francês ”Tarot de Marseille” é um dos mais antigos decks conhecidos. Começo com ele por ser considerado um bom tarot para aprendizado por conter nele toda a simbologia inerente ao oráculo. Bom para iniciantes pois apenas aconselho a se aventurar em ilustrações mais modernas, depois de haver estudado sua simbologia e seus desenhos medievais feitos normalmente em cores primárias devido às condições de impressão da época. Ele é considerado uma verdadeira matriz de onde todos os outros teriam sido inspirados. Alguns historiadores atribuem que sua origem foi o Norte da Itália, tendo sido posteriormente introduzido no Sul da França, sendo propagado e onde adquiriu a denominação de ”Tarot de Marseille”. É difícil precisar a data e origem do tarot, entretanto nota-se que foi em meados do século 15. Seu padrão medieval de desenhos era muito comum na Itália.
O tarot Visconti Sforza:



Reproduz com muita beleza a riqueza medieval aristocrática em vestimentas, é considerado um dos mais antigos, criado a pedido de Visconti Sforza, Imperador da Itália no século 15. Considero sua arte uma das mais belas feitas até os dias de hoje. O que temos reproduzido hoje em dia são as ilustrações nas cartas pintadas à mão de vários tarots que foram encomendados a artistas da época por Sforza, e que terminaram com o tempo por ficaram todos incompletos, sendo que algumas de suas lâminas tiveram que ser recriadas para que se fizesse a reprodução comercial tal como conhecemos hoje em dia. Os arcanos menores numerados obedecem aos padrões da iconografia do tarot de Marseille, que trazia ainda, diferentemente dos tarots atuais, a simplicidade dos símbolos de paus, ouros, espadas e copas sem as personagens e suas cenas. Os antigos cartões estão hoje expostos em museus, e observa-se um particular interesse histórico por causa da beleza e dos detalhes da sua composição, muitas vezes feitas de materiais preciosos, folhas de ouro e, possivelmente, reproduzindo os membros da família Sforza e Visconti. Consequentemente, ele oferece um vislumbre da vida aristocrática da época em Milão.
Rider Waite Smith Tarot deck:



Elaborado pelo místico e ocultista inglês Arthur Edward Waite e ilustrado por Pamela Colman Smith, escritora e ilustradora inglesa. Esse baralho é amplamente comercializado no mundo todo e trouxe com sua estréia em 1910, algumas inovações, como as inversões dos arcano 8 a Justiça pelo arcano 11 A Força, o que muitos estudiosos do assunto consideram um erro ou uma mudança de certa gravidade. Arthur Edward Waite era um ocultista que possuía uma cargo elevado na Ordem Hermética da Aurora Dourada, e os arcanos eram baseados em uma sequência do alfabeto hebraico. As ilustrações ainda se aproximam no baralho de Waite e estão dentro da proposta medieval do baralho de Marselha pois à época não haviam tido mudanças estéticas significativas. Rider Smith foi quem atribuiu ao arcano O louco a numeração 0, pois no tarot de Marselha o louco era uma lâmina de livre trânsito sem ter numeração, e  introduziu elementos esotéricos e ocultistas e retirou a simbologia católica empregada no Tarot de Marselha, como no exemplo da carta da Sacerdotisa, que no Waite possui correlação com a deusa Ísis egípcia.
Podemos  também notar o surgimento de cenas contendo personagens nas lâminas numeradas dos arcanos menores, entre outras inovações que ilustram bem o significado de cada arcano, como por exemplo no três de espadas onde vemos um coração apunhalado por três espadas. A partir desse deck outros foram inspirados e criados e suas colorações variam um pouco pois os primeiros decks eram em preto e branco.

O tarot de Thoth




Tarot criado pelo ocultista britânico Aleister Crowley e ilustrado por  Lady Frieda Harrys. Inspirado na idéia de que o tarot teria sido uma criação egípcia baseando-se no livro de Thoth embora as ilustrações não tragam a temática egípcia, o deck é considerado muito inovador devido a algumas mudanças inseridas em seu contexto como algumas trocas realizadas nas figuras da corte, os valetes passam a ser princesas, os cavaleiros príncipes, as rainhas continuam como rainhas e os reis passam a ser cavaleiros. Os nomes dos arcanos maiores foram modificados como nos exemplos, A Temperança que passa a ser denominada Arte, o Mundo passa a ser O Universo. O tarot de Crowley traz configurado símbolos e influências ocultistas do Thelemismo, da Cabala, da mitologia romana, de divindades do panteão egípcio e da astrologia, atribuindo símbolos planetários e signos zodiacais correspondentes com os quatro elementos nos arcanos menores.


Texto por Lilian Zahírah
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Mademoiselle Lenormand.



Não existe uma fonte confiável que possa comprovar que de fato mademoiselle Lenormand criou o baralho que leva seu nome, na verdade diz-se que ela usava um baralho de 52 cartas e este conhecido como baralho cigano foi propagado pelos ciganos depois de mais ou menos cinquenta anos depois de sua morte e diz-se que foi inspirado em seus muitos manuscritos e livros autobiográficos. Existem muitas dúvidas sobre sua real biografia, até mesmo porque ela escreveu sua própria história e existem controvérsias sobre muitos dos fatos por ela descritos nos livros.  Este texto abaixo foi por mim traduzido de um site francês, texto original de Marc Allegrét ”Revue du souvenir Napoéonien – nº 499 Novembre- décembre 2003.

Anne Marie Adelaïde (1772-1843)
A cartomante mais célebre de sua época. Filha de um comerciante de tecidos, ela nasce em Alençon ( Orne ) 27 de Maio de 1772. Ela é educada em um colégio de freiras beneditinas até 1780 e depois aprende línguas, desenho, pintura e música.
Ela contaria mais tarde que fazia previsões sobre o futuro de suas jovens colegas. Torna-se órfã muito cedo, na idade de cinco anos e sem recursos ela trabalha como aprendiz de uma costureira em Alençon e depois caixa de uma boutique de lingerie. Atraída por Paris ela chega à capital na véspera da revolução. Depois de ter trabalhado para um comerciante de tecidos, ela se torna leitora do conde d’Amerval de la Saussotte.
Em 1789, ela prediz ”mudanças na constituição do clero e o fechamento dos conventos.” Percebe que tem a ver com circunstâncias políticas, e não teria nada de verdadeiramente premonitório.
Em 1790, mademoiselle Lenormand vai a Londres, para consultar o célebre doutor Gall (1758-1828, inventor da ”phrénologie” um estudo do crânio). Este que, após ter apalpado por longo tempo seu crânio e concluiu que ela seria uma grande adivinha. Disse a ela que seria a maior sibila da Europa.
Retornando a Paris , ela encontra duas pessoas que vão orientar seu futuro: A cidadã Louise Françoise Gilbert, cartomante que lhe ensina o ofício e Flammermort um jovem padeiro. Desde então ela renuncia ao seu emprego como leitora e se associa a eles se instalando na rua de Tournon (Paris 6eº) no nº5, por um aluguel de 900 francos por ano, onde ela trabalha no andar térreo, um escritório de escrivão, com uma placa escrita ” Cabine de correspondência. ”
Flammermont se ocupava das provisões das damas e distribuía os panfletos que descreviam os talentos de Mlle Lenormand, transformada em ”jovem americana que tinha atravessado o oceano para beneficiar os franceses com seus talentos excepcionais.”
Nesta mesma rua de Tournon no nº9, vivia Jacques René Duchesne, igualmente nascido em Alençon. Mlle Lenormand o encontra na ocasião e pensava que ele poderia eventualmente a ajudar em caso de dificuldades com os jacobinos. A cabine da adivinha prospera muito rapidamente e ela lia o futuro principalmente através do tarot e da borra de café. Ela ocupava o térreo de seu imóvel, a parte de trás do tribunal. Os consulentes esperavam na sala ansiosos e pacientes. A porta se abria e a sibila aparecia, de estatura mediana, magra, a cabeça curvada aos ombros. Flammermont fora transformado em meirinho, todo vestido de preto e introduzia os primeiros clientes no quarto santuário da adivinha. Ele dizia aos consulentes: ”Queres uma consulta de 10, 40 ou 80 francos? Depois que o cliente escolhia a tarifa, ela embaralhava as cartas, os fazia cortar, depois ela examinava longamente a palma de sua mão esquerda. Em seguida ela fazia algumas perguntas, inicial do primeiro nome, lugar , data e hora de nascimento, flor, animal e cor que a pessoa preferia, a primeira letra da cidade onde morava. Enfim, depois de um longo momento de recolhimento, ela formulava a análise psicológica e a predição.
Seus dons de vidência ou de penetração psicológica a tornam famosa. Hebert, Camille Desmoulin, Danton, Barère, Marat, Saint-Just e Robespierre vem a consultar. Entretanto, em 1793, Robespierre a faz parar por ter anunciado uma contra revolução e coloca desordem entre os citadinos. Aprisionada na ”Petite Force”, ela encoraja as mulheres aprisionadas predizendo a elas uma libertação próxima. Uma manhã, ela recebe uma carta vinda da prisão de Luxemburgo, era um pedido de horóscopo vindo de uma jovem prisioneira que se chamava Marie-Rose de Beauharnais. A predição levantava algumas dificuldades em razão da ausência de contato físico entre as duas mulheres e toda a conversa prévia. Supersticiosa , como são frequentemente as mulheres creoles. Joséphine (pois se tratava dela) queria conhecer seu futuro. finalmente Mlle Lenormand se pronuncia sobre o oráculo. ” O general de Bauharnais será vítima da Revolução. Você sobreviverá a seu esposo. Um segundo casamento é anunciado com um jovem oficial e que sua estrela teria um grande destino. A adivinha passa a ter a cliente ideal! E a imperatriz Joséphine a ela se tornaria fiel. O 9 Thermidor an II ( 27 Julho 1794) libera as duas mulheres. Sobre o diretório, Mlle Lenormand recebe novos consulentes: Barras, Tallien, Talma, David, o cantor Garat, Juliette Récamien, os primeiros imigrantes vindos à França, os compradores de bens nacionais.
Em 1795, Bonaparte, que sondava entrar ao serviço do Sultão, a teria consultado. Ela o teria dito ”Você não obterá a permissão do passaporte. Você será chamado a protagonizar um grande papel na França. Uma dama viúva fará vossa felicidade e o colocará em uma posição muito alta por conta de sua influência, porém, não seja ingrato com ela.”
Sobre o consulado e o Império;
Em seguida, sobre o consulado e o Império a sibila de Faubourg Saint-Germain, recebe muita gente, mulheres da alta sociedade ( madame de Staël ) militares, magistrados, atores, cantores. Era preciso se inscrever com semanas de antecedência para um atendimento e esperar por sua vez duas horas na sala de espera. Além do tarot e da borra de café, ela eventualmente recorria a outros métodos: reflexo de água no espelho, chumbo derretido, clara de ovos, chama de vela, fogo, fumaça, água, louro e sal. Ela tinha uma fábrica de vidência. Em caso de dificuldade na elaboração da síntese e se o consulente tivesse meios ou proeminência, a soma cobrada era de 500 francos. Ela levava uma vida social ativa, ia ao teatro onde tinha seu lugar reservado pelos consulentes. Em 2 de Maio de 1801, ela é convidada à ”La Malmaison” e anuncia a Joséphine grandes novidades ” Você será mais que uma rainha”.
Esta visita desagrada ao primeiro cônsul, pois ele temia as informações e as confidências de Joséphine à adivinha. é precisamente o que se produz logo depois. De fato, em 1803 na sequência de um indiscrição de Joséphine, Mlle Lenormand prediz ao general Moreau a prisão iminente de seu marido. Em seguida, sobre o campo de Bologna, ela profetiza a derrota de uma tentativa de desembarque na Inglaterra. O primeiro cônsul fica furioso. A pitonisa é aprisionada em 16 de dezembro de 1803, em Madelonnettes.
Ela é libertada 1º de Janeiro de 1804 , podendo ter sido graças a uma intervenção de Joséphine. Mas ela é doravante supervisionada pelos serviços de Fouché. Em Outubro de 1804, um relatório da polícia lembra suas atividades.
”Uma senhorita Lenormand se diz prima de Charlotte Corday (!), morando na rua de Tournon, trabalha como cartomante. Os imbecis de primeira classe a consultam de carro, as mulheres principalmente se reúnem lá. Ouvi fazerem contra esta intrigante, reclamações de fraude, que provam seu endereço; se assegura que a mulher de um capitão do exército de elite chamado Bloum fez mais de quatro mil francos em 18 meses, esta mulher está extremamente endividada sem o conhecimento de seu marido, ela está morta de desgosto há quatro dias.”
Os policiais estavam sempre lá à escuta. Mlle Lenormand recebe várias vezes o embaixador da Pérsia, que vinha com toda a sua equipe! Ele quer saber o que se passa com seu harém em Ispaham.
Em 5 de Março de 1808 em um relatório de polícia:
”Tem uma multidão na casa de Lenormand… M. de Metternich esteve sexta-feira, às três horas. Foi-lhe dito coisas bastante relativas sobre sua situação, seu caráter e seus negócios, a surpreendendo. Mme Junot, que se encontrava presente, aplicou os dizeres da cartomante em algumas palavras que S.M l’Impératrice endereçou, sobre a máscara à M. de Metternich, no baile dado por S.A.I à princesa Caroline. Mme Junot ouviu também bons prognósticos. Ela teria estado já na semana anterior com Mme Lallemand, Grandseigne e M. Caillé , todos quatro tendo retornado muito surpresos com as particularidades que lhes tinha dito a bruxa. ”
Em Outubro de 1808, depois do congresso de Eufurt, Joséphine repete ao Imperador as proposições de Lenormand, que desaconselha a política imperial contra Roma e de Saint Pères. Napoleão fica descontente mas como homem pragmático, ele mede a utilidade política da sibila e se limita a pedir a Fouché e a Talleyrand de recolher todas as informações possíveis.
Sobre as relações de Joséphine e de Mlle Lenormand, o barão de Méneval, secretário íntimo do Imperador, escreve;
”Napoleão não aprovaria essa fragilidade de Joséphine e ele mesmo frequentemente a ridiculariza. Eu fui testemunha da defesa de que Ele a intimou de ir consultar Mlle Lenormand. Ele mesmo pararia essa famosa malabarista.”
Joséphine envolvia sua relação com Mlle Lenormand no mais profundo mistério e nunca o mordomo saberia de suas despesas e não conhecia as somas que a Imperatriz pagava com as predições de cartomancia. No fim do ano de 1809, a questão do divórcio imperial levanta ainda dificuldades, 9 de dezembro Mlle Lenormand é convocada ao hotel da rainha Hortência, rua Cerutti ( hoje rua Pillet Will, em Paris 9eº) onde Joséphine e a sibila tem uma conversa íntima de mais de duas horas sobre o divórcio e suas perspectivas. Para contrariar essa agitação o poder imperial reagiu. Dia 11 de dezembro, pela manhã, Mlle Lenormand é presa em sua casa, ela é conduzida à delegacia de polícia, segundo o relatório da polícia:
” Prendemos Mlle Lenormand que exercia o métier  de adivinha. Quase toda a corte a consultava sobre as circunstâncias atuais ( o divórcio ) Ela fazia o horóscopo das mais importantes pessoas e ganha com isso mais de 20.000 francos por ano.”
Na prefeitura, ela asfixia os policiais com sua linguagem esotérica, recita suas profecias e sua megalomania, diante de Fouché que lhe diz:
  • -”Eu suponho que seus tarots vos teriam avisado de minha convocação.
  • – Não os meus tarots, meu horóscopo.
  • – Trégua com essa fraude, senhorita, a prisão a deixará sem dúvida, menos agressiva. E graças a mim você poderá ficar muito tempo.
  • – Não muito tempo, pois eu tirei um grande jogo, um ás de paus.
  • – E o que significa um ás de paus?
  • – Vosso iminente sucessor, excelência duque de Rovigo. – Fouché estremeceu.”
Após ter recusado uma colaboração com a polícia Mlle Lenormand é liberada doze dias mais tarde, dia 23 de dezembro de 1809.
Em 1810, ela recebe a visita de uma moça, Dorothée, filha da princesa de Courlande ( futura duquesa de Dino) que acabara de se casar com o conde Edmond de Talleyrand- Périgord, sobrinho de Talleyrand.
Nós temos seu testemunho consignado em 1831, em Londres, nas suas recordações da época, a cartomante teria premeditado sua separação com seu marido e em seguida previu uma vida social surpreendente e que haveria um homem do estado em vista ( era Talleyrand ).
Em 1814, o csar Alexandre vem a consultar. Ela prediz o futuro pelo seu espelho. Sobre a restauração (1815) sua sala de espera não se esvazia. O regime político muda, a sibila continua. Ela obtém até a proteção da princesa Bragation.
Em 1818 depois do congresso  de atribuições européias, ela se rende à Aix-la -Chapelle, ela considerava que os diplomatas tinham necessidade de suas predições.
Na primavera de 1821, ela se muda novamente, ela vai à Bruxelas onde ela quer exercer suas atividades. Mas no dia 13 de Abril, o procurador do Rei a persegue por fraude. Ela é pega dia 18 como uma cigana comum e é condenada a um ano de prisão pelo tribunal de Louvain.
Alega-se farsa e ela é condenada somente a pagar 15 francos de multa, por exercer o métier de adivinha. Aliviada, ela retorna a Paris, na rua de Tournon ( Agosto de 1821 ).
Seu físico mudara, a idade havia tornado sua pele avermelhada e seu sedentarismo havia tornado suas formas mais opulentas. Seus recursos lhe davam permissão de comprar imóveis em Alençon ( onde ela ia muitas vezes por ano rever sua família), em Paris ( rua de la Santé ), terras de cultivo e vinhedos a oeste da comuna de Poissy ( Yvelines ) , enfim uma casa de campo em 1811 ( Castelo de la Coudraie ?) perto de Paris.
Ela se lança à atividade de publicação de livros, publicando sucessivamente:  Souvenirs prophétiques d’une sibylle sur les causes secrètes de son arrestation, le 11 décembre 1809 (Paris, 1814) ; La sibylle au tombeau de Louis XVI (1816) ; Oracles sibyllins (1817) ; La sibylle au congrès d’Aix-la-Chapelle (1819) ; Mémoires historiques et secrets de l’Impératrice Joséphine (1820).
Nessa última obra, Mlle Lenormand pretende que a fantasia de Joséphine lhe teria pedido para redigir suas memórias. O livro escrito de uma forma empática e difusa levanta protestos!
Eugène de Beauharnais escreve ao czar Alexandre para protestar contra a dedicatória que ele havia concedido no cabeçalho do livro. A Rainha Hortência protesta igualmente” Uma pretensiosa bruxa inventou sobre minha mãe as mais absurdas memórias”. (Journal de O’Meara, Fondation Napoléon, 1993, tome 1, p. 464, note 399).
Mlle Avrillon estrangula-se de indignação, ela disse que Joséphine nunca fora amiga de Mlle Lenormand, mas ela reconhece que ela mesma a consultou na rua de Tournon.
Em Saint-Hélène Napoleão traz também um julgamento severo e reprovador sobre as pretensas memórias de Joséphine (Journal de O’Meara, Fondation Napoléon, 1993, tome 1, p. 464, note 399).
Na política, Mlle Lenormand não aprova a Monarquia de Julho, ela permanece carlista. Em 1840 ela deixa a rua de Tournon e se instala na rua de la Santé  (Paris, 13e).
Ela morre lá, dia 25 de Junho de 1843, na idade de 71 anos, logo após uma crise cardíaca ( sua previsão de morrer com 115 anos não se realiza ).
Seu funeral é celebrado no dia 27 de Junho de 1843, uma multidão imensa se apressava nos portões de Saint-Jacques-du-Haut-Pas. A Igreja foi pintada de branco. Numerosas pessoas choravam, cada uma com uma vela na mão. Depois do serviço religioso, o carro fúnebre guiado por quatro cavalos e seguido de um longo cortejo onde haviam muitas mulheres, mas também personalidades ( um consulente regular da vidente: Guizot, então ministro dos negócios estrangeiros, com vestimentas pretas. Pega-se lentamente o caminho do Cemitério du Père-Lachaise. A sibila é enterrada na terceira divisão, no caminho principal, quarta linha, (Répertoire mondial des souvenirs napoléoniens, p. 293). Até os dias atuais seu túmulo está sempre repleto de flores.
A fortuna de Mlle Lenormand era bastante roliça. Ela havia deixado a uma de suas sobrinhas 300.000 francos e deixou a seu sobrinho oficial do exército da áfrica, 500.000 francos em propriedades imobiliárias.
O que concluir sobre Mlle Lenormand? Se se tratava de uma adivinha, as opiniões são compartilhadas, alguns acreditam na adivinhação, outros não acreditam ou duvidam.
Em Saint-Hélene, dia 19 de março de 1817, Napoleão disse que era melhor procurar o maravilhoso na religião, em vez de…
" Cagliostro no Miss Lenormand , os adivinhos ou valetes " ( Journal of O'Meara , vol . 1, p. 35 )
E então ?
Antes de morrer, Mlle Lenormand havia predito ao príncipe Louis Napoléon, ainda aprisionado no forte de Ham: ” Descendente da grande águia, tenha paciência. Seus grilhões irão cair. O reino será novamente um Império. Mas a espada é muito pesada em sua mão.”
Nesse caso, a predição estava correta.
Fontes: Michaud, Biographie universelle, tome 24, p. 137 ; Dictionnaire Napoléon, p. 1067, notice Lenormand, par J. Tulard ; p. 1848 (supplément) rubrique « Superstitions », par E. Mozzani ; Historia hors série n° 34, 1974, p. 60, « Mlle Lenormand », par André Versannes ;Historia n° 466, octobre 1985, p. 90, « Marie Lenormand », par Jean Mabire ; Historia n° 649, janvier 2001, p. 64, « Mlle Lenormand, dans les petits papiers de Joséphine », par Éloïse Mozzani ; L’Histoire pour tous, « Mlle Lenormand », par Denis Dalbian ; J.-P. Tarin, Les notabilités du Ier Empire, leurs résidences en Ile-de-France, C. Terana éditeur, 2002, p. 607.
 Tradução por Lilian Zahírah
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terça-feira, 25 de julho de 2017

Espiritualidade no Seis e no Nove de Espadas.

Eu tenho minhas teorias espiritualistas para todos os arcanos Maiores e Menores, escolhi esses dois arcanos de Espadas, o Seis e o Nove por se corresponderem com questões de mediunidade e sensitividade de uma forma mais perceptível no cotidiano, ou seja, podemos estar lidando com essas questões intangíveis no dia a dia e isso mudar o nosso humor para melhor ou para pior.  Eu percebo  formas diferentes de sensitividade no Seis de Espadas e no Nove de Espadas.
Antes de prosseguir eu preciso deixar claro que neste texto vou me resumir a tratar desses arcanos dentro desse nível mais espiritual, portanto todas as outras formas e níveis de interpretação ficarão de fora. Nossa sensibilidade é que normalmente nos avisa sobre a forma em que devemos lidar com os arcanos dentro de cada contexto ou situação na prática.

Os naipes de Espadas, regidos pelo elemento ar, possuem seus sentidos voltados à mentalidade, plano das formas pensamentos e da intelectualidade e mente, que também é espírito em essência. Espadas em uma verve mais negativa corresponde à oposições, batalhas, enfrentamentos ou inimizades e quanto toca na sensibilidade de algum sentimento mostra a frieza com que uma dor pode se manifestar.
Na minha viagem mental rumo à compreensão da espiritualidade com os arcanos, todos correspondem a processos de aprendizados e situações espirituais cada qual à sua maneira, alguns trazem resquícios do passado, em forma de traumas ou lições a serem aprendidas. Poderei escrever mais sobre isso em breve, aqui neste texto cito um pouco sobre o Seis e o Nove de Espadas pelas razões de percepção já citadas anteriormente.

O Seis de Espadas, ao menos é uma das lâminas que se destaca de uma forma diferenciada dentro do naipe Espadas, que geralmente trazem questões difíceis e às vezes desagradáveis. O Seis de Espadas traz a possibilidade de libertar-se de um fardo, se afastando dele, ele pode significar uma viagem, e viagem pode ser em diferentes níveis, o nível espiritual é o foco que quero dar a essa carta dentro desse texto. Então o ''Seis de Espadas'' dentro do contexto espiritual fala sobre viagens extracorpóreas.

Desde que fora representado no Tarot de Waite por um barco com as espadas fincadas, uma figura sentada e outra que rema em sentido ao futuro, muitos outros decks tiveram uma representação similar e a sensação que se tem ao olharmos essas ilustrações é de que as personagens ali estão escapando de alguma situação embaraçosa ao se afastarem de algo munidas de espadas.Elas dão as costas ao que se passou, sem que vejamos seus rostos que rumam ao desconhecido, em uma espécie de aventura auspiciosa.

Também podemos imaginar que a viagem feita pelo Seis de Espadas remete à Caronte, o barqueiro de Hades (1), levando as almas dos recém mortos pelo rio Estige e Aqueronte, as lamas que não pagavam uma moeda à Caronte ficavam a vagar pelas margens desse rio, impossibilitadas de fazerem a travessia rumo à outra dimensão. Que remete igualmente e de forma muito semelhante ao mito do deus Anúbis (2), que pesando o coração dos mortos, caso este fosse mais leve que a pena de Maat, teria sua alma absolvida e poderia atravessar o Rio Nilo, as almas eram guiadas por Anúbis em uma barca rumo ao Paraíso.

Existe também a possibilidade dentro de tantas outras possibilidades interpretativas no contexto espiritual dessa lâmina, é a de alguém da dimensão espiritual estar a viajar para o lado de cá para nos contatar, podemos supor que para certos espíritos queridos nem sempre seja possível essa viagem o que torna essa possibilidade especial. Em casos em que pessoas se preocupam com entes falecidos essa é uma carta que simboliza que fizeram a passagem, que atravessaram a luz para o outro plano, seguiram sua jornada evolutiva, portanto podem naturalmente representar a viagem de cá para lá e de lá para cá.
Outra possibilidade especial é o fato de estarmos no momento saindo de forma lúcida do corpo físico através do sono e tendo contatos com outros espíritos através das viagens astrais. Essas podem ser agradáveis ou não, mas sempre trazem a sensação interdimensional intrínseca ao seu significado mais metafísico ou místico. Nos deixam com uma sensação agradável de querer mais, ou de saudades dependendo de quem encontramos ou de onde estivemos  nesses momentos de desprendimento. E as vezes essas aventuras fora da ''gaiola'' física dão uma sensação de surpresa e medo. E é dentro dessa sensação que sigo falando sobre o Nove de Espadas, que traz uma tonalidade mais obscura.

O Nove de Espadas é um arcano muitas vezes representado por uma pessoa em seu leito ou cama, rodeada por espadas que apontam em sua direção, e às vezes aparece flutuando no quarto uma figura fantasmagórica ameaçadora. A pessoa na cama normalmente possui um semblante de desespero e dor emocional, apesar de existirem representações de fantasmas que flutuam sobre a personagem em alguns ''decks'', a pessoa na cama parece não ver o que se passa ao redor da cena, nem as espadas e nem o fantasma, e é como se sentisse ou pressentisse algo ruim por perto, que não pudesse ser visto pelos sentidos materiais.

Antes de entrar nos pormenores de seus significados espiritualistas, eu sempre associava esse arcano a alguém que sofre com problemas de sono, tendo dificuldades para dormir, depressões e talvez que faça uso de medicamentos que visam contornar problemas de nervosismo ou de oscilações de humor e mesmo tenha dificuldades para dormir. Até que em dado momento comecei a ter pesadelos com certa frequência. Então antes de ir dormir eu tirava duas ou três cartas para saber como poderiam ser os meus sonhos daquela noite, e sempre que saía o Nove de Espadas, e ele saía com muita frequência nessas ocasiões.

Eu sonhava que um homem estava me perseguindo de forma agressiva e usava uma máscara. Nos dias que a carta não saía os sonhos eram diferentes.  Resolvi tomar alguma resolução e afastar o que estivesse provocando essas situações ruins de sono perturbador, tomei essa resolução afastando essa presença. Nas noites que se seguiram ao ritual, o Nove de Espadas parou de aparecer, e juro que sempre que vejo essa carta com a representação de uma figura fantasmagórica ameaçadora eu tenho calafrios. Mas sou muito agradecida pela forma como o Tarot sendo repetitivo em nos mostrar uma mensagem, pode nos ajudar a resolver determinada questão através do enfrentamento e da aceitação daquela realidade.

O que pode ocorrer com esse significado de presença espiritual indesejável é quando a pessoa não percebe muito claramente o que se passa, todas as interpretações de nível espiritual possuem essa mesma problemática, podem ser intuídas, podem ser sentidas, podem ser percebidas, como por exemplo, uma voz sussurrando algo ao pé da cama, porém, são intangíveis e a mente se dispersa facilmente dentro de variadas impressões ( dentro da vigília e do sono ). Não percebendo claramente ou não acreditando não há como afastar o problema, que nesses casos significam algum tipo de obsessão espiritual. É preciso estar atento aos sinais, pois quando as coisas convergem é porque existe algo e onde há fumaça há fogo.

Claro que devemos nesses casos, observar como temos passado os últimos dias, o que temos feito, o que pode ter atraído esse tipo de situação para que tenhamos um certo esclarecimento. As pessoas que possuem sensitividade e não trabalham ou não procuram pela devida proteção frequentemente se vêem dentro de situações espiritualistas de coloração do Nove de Espadas. Não é uma problemática puramente psicológica e aprisionadora como são as situações de auto obsessão do Quatro de Espadas, por exemplo. Traz sim, sob a regência desse arcano as influências espirituais negativas, encontrar essa resposta é uma forma de se poder lidar melhor com isso e buscar ajuda.








Texto por Lilian Zahírah

(1) Hades, deus grego dos mortos e do mundo inferior.
(2) Anúbis, deus egípcio dos mortos e do submundo.
Deck: Ghost Tarot by Davide Corsi.

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Contato/consultas : Lilian Zahírah (11) 99533 1456



quinta-feira, 13 de julho de 2017

Casais que se separam e o Tarot.

O Tarot é uma excelente ferramenta para a compreensão de relacionamentos e seus mecanismos de funcionamento, é uma pena que em muitos casos as pessoas procurem por esse tipo de direcionamento conjugal quando o casamento já chegou ao fim, ou quando uma separação física acontece.
Nem sempre as coisas estão irremediavelmente perdidas, mas é muito comum que a pessoa espera que a separação se dê, estabelecendo a quebra do vínculo para que procurem algum tipo de ajuda, muitas esperam o retorno de seus relacionamentos, mas no entanto, a fase em que procuram esse tipo de ajuda é justamente aquela em que a transformação já ocorreu por completo, e nada ou quase nada é possível de ser feito para reverter essas situações. Das cartas mais fatídicas indicativas de fim sem volta que vejo nessas consultas são ''A Morte'' e ''10 de Espadas''. Pois elas aparecem quando um relacionamento já passou por idas e vindas sem sucesso, por fases de desencantamento e nunca surgem quando uma separação é feita de forma súbita, mas sim quando muita desistência por parte de um dos lados já tenha ocorrido. Então pode-se dizer que esse relacionamento foi acabando aos poucos até culminar no fim definitivo propriamente dito.

Em muitos casos se trata de personalidades opostas/complementares, para saber através de análises quando se trata de um casal oposto/complementar eu recorro à sinastria astrológica dos casais, mais profundamente para conhecer o tipo de relação que estão programados a ter, recorro também à sinastria cármica que analisa os nodos norte do casal para determinar o tipo de vínculo existente em outras vidas, existem casos de casais que foram pai ou mãe de seus cônjuges em outras vidas, por exemplo, ou amantes.
Os casos em que existe esse tipo de complementaridade os casais costumam ter uma forte atração um pelo outro, a maturidade nesse tipo de relação faz com que sejam regidos pela carta '' A Temperança'' do Tarot trazendo harmonia e um equilíbrio na vida difícil de alcançar caso não estejam juntos, em casais que não possuem a maturidade necessária a complementaridade dá lugar à oposição, gerando atritos que podem fazer com o que o casal se separe ou se afaste lentamente um do outro.

Em casos mais dramáticos e difíceis existe o fator da relação vertical, é quando um se entregou primeiro e gosta mais. Nesses casos a relação tem uma tônica forte da questão do poder, um dos membros do casal possui as rédeas e o controle sobre os sentimentos do outro. O que acontece muitas vezes é que quase nunca estão felizes pois a relação é como se fosse um jogo, um precisa mais do que o outro, seja por questões emocionais, e quase sempre é, ou por questões de dependência financeira, sendo que sempre a questão principal é o poder que um exerce em maior quantidade dentro da relação que o outro. O outro sente-se ressentido disso e sente na maior parte do tempo, medo de que a relação termine. Portanto, cria comportamentos que coloquem suas dúvidas à prova por conta dos medos de seus inconsciente, e isso apenas ajuda a levar a relação ao fim, pois o outro se sente como que colocado contra a parede. Nesse caso os desejos se divergem, enquanto que um dos lados encontrou o que queria o outro pode simplesmente achar que está estagiando no relacionamento até que encontre o algo a mais dos seus sonhos.

Seja qual for o caso, estes são apenas dois exemplos entre muitos existentes, uma relação que dura certo tempo, que tira o sono e altera o apetite de uma pessoa, não pode ser saudável e tampouco acontece por acaso. Ela existe muitas vezes por razões profundamente cármicas entre os envolvidos ou sobre ou com o propósito da transformação interior. A morte simbólica sempre ocorre quase sempre estamos fadados a passar por um período mais ou menos longo de vivências solitárias na esfera de um ''Eremita'' do Tarot, mas muitos se enganam tendo relações seguidas, por não conseguirem ficar sós, apenas empurram para o futuro um aprendizado que só um período de recolhimento poderia trazer.

O momento da separação traz à tona sentimentos extremamente danosos e coloca a pessoa em uma vulnerabilidade psíquica, nessa hora os pensamentos de amargura tomam conta, tornando o campo astral atrativo para que energias negativas que estavam à espreita se aproximem, é possível que por conta dessas brechas antigos desafetos espirituais retornem, vícios voltam com força, problemas de ordem mental e vulnerabilidades tornando a atmosfera ''bichada''o que faz com que seja difícil que a pessoa consiga enxergar a situação com lucidez, o clima chega a focar tão pesado que muitas vezes a única solução que a pessoa consegue ver em meio ao turbilhão de emoções e sensações ruins é de que a pessoa volte, e em muitos casos isso não é possível ou não é o melhor para a pessoa.  Em outros é possível desde que as motivações sejam maleáveis e tenha existido propósito na relação.

Existe uma química energética entre casais que funciona invisivelmente e é responsável pela ligação emocional e física de uma casal, muitas vezes ela se rompe por completo de um dos lados, se isso ocorre o outro lado fica um tempo perdido tenta se reaproximar mas percebe a resistência e termina por seguir em frente também. Em alguns casos a separação ocorre quando ainda existem muitos sentimentos de ambos os lados, e nesse casos os fios energéticos podem estar mais ou menos fortalecidos, são os casos em que uma reconciliação seria possível. No Tarot as cartas que determinam se esses elos existem no casal são todos os ''dois'' dos arcanos menores, o dois de Paus determina a ligação espiritual ou ligação de domínio, o dois de Espadas ligação mental, o dois de Ouros ligação material e  o dois de Copas a ligação emocional. Se a reconciliação será possível em um futuro próximo uma carta ''O Julgamento'' será bem vinda principalmente quando é possível que exista abertura para que se discutam a relação.

Na magia a reconciliação é possível sim caso as ligações não estejam rompidas, certo é que podem estar mais enfraquecidas e isso não começa a partir do momento do rompimento, começa antes e isso pode ser perceptível através da frieza e do afastamento dentro desses níveis. Não estou falando de amarração feita na magia negra, onde um espírito é enviado para magnetizar a pessoa que se afastou, mas sim a retirada das energias ruins do casal que causam o desgaste e o rompimento para que as ligações, caso sejam verdadeiras sejam restabelecidas, e isso por não ser uma amarração não traz a garantia do retorno, mas sim da saúde astral entre os envolvidos para que não se atormentem pelo fim e sigam suas vidas, se estiverem juntos o encantamento ajuda nas crises para manutenção do bem estar e afastamento das energias negativas que dão abertura para que outras pessoas se aproximem do cônjuge, e energias pesadas se colem,  porem no melhor dos casos traz a reconciliação esperada.



Lilian Zahírah
Consultora esotérica,
Bruxa e Taróloga

Deck: Golden Tarot by Kat Black.

Consultas via whats: (11) 99533 1456













terça-feira, 11 de julho de 2017

A magia no cotidiano.

Antes mesmo que se entenda sobre correspondências mágicas, horas planetárias, rituais, deidades e feitiços, que nós bruxas aprendemos através de leituras, ou cursos vivemos em um mundo no qual vamos atraindo e repelindo energias, pessoas e situações. Portanto esse texto é direcionado para qualquer pessoa que pense em melhorar um pouco sua vida em qualquer sentido.

 A forma como a magia se opera na nossa vida pode às vezes parecer que as coisas e situações sejam fruto do acaso enquanto que outras vezes pode parecer o que chamamos de coincidências. O fato é que muitas pessoas se perguntam ao longo de suas vivências como é que este ou aquele acontecimento se deu. E porque é que algo que se deseja ardentemente não acontece, mas algo dito distraidamente em uma esquina da vida acaba por acontecer. Pode mesmo acontecer que um pensamento tenha atraído.

Conhecedores dos mecanismos operativos da magia sabem que para que algo se materialize mediante o poder da vontade ( ou mesmo à revelia desta ) é preciso que primeiro se opere no plano mental, do plano mental passando pelo plano astral, onde se configuram os acontecimentos, as doenças, os lucros, benesses e todo o tipo de energias existentes para o bem ou para mal. O plano astral é onde todos os nossos desejos, formas pensamentos, pragas, benesses, energias e condicionamentos são plasmados e se modificam ou não conforme nossa vontade e disposição mental, emocional, energética. Uma forma sensitiva de enxergar as pessoas é como se fossem aglomerados de experiências, desejos, sentimentos, inclinações e intenções que imprimem em seus campos magnéticos as características em que estão impregnadas, ou seja as pessoas exalam e vibram aquilo em que estão inseridas, aquilo em que mais pensam etc, atraindo de volta a impressão de suas vibrações, o resultado das consultas oraculares se dão por conta desses fatores.

Portanto pensamentos juntamente com ações definem o padrão vibratório de uma pessoa e vão definir seu futuro.
É muito importante entrar na frequência vibratória daquilo que desejamos para nós mesmos, seja em forma de leituras, passatempos, companhias, pensamentos, atos e palavras. A crença naquilo que desejamos é de igual ou maior importância em relação a nos ligarmos em pessoas e coisas que remetem à energia que buscamos, na mesma medida que crenças negativistas quebram completamente uma onda que poderia mudar nossas vidas.

Por isso é importante desconstruir certas crenças sobre prosperidade, amor, felicidade e conquistas. Essas crenças negativistas são uma prisão e uma zona de conforto ao mesmo tempo, pois justificam uma vida com conceitos e ideias congeladas,  como por ex: '' Por conta de minha origem, nunca poderia mesmo chegar a ter um patamar de vida como esse. Então devo me conformar com o que tenho, não preciso crescer mais que isso.'' Ou uma crença assim: ''Não mereço ser feliz no amor porque minha mãe e minhas tias sempre foram infelizes com seus maridos, talvez seja uma maldição familiar''. Maldições e condicionamentos existem, mas todos deveriam ser quebrados um dia. Um tipo de pensamento negativo ou pessimista, ou mesmo auto depreciativo possui a força de um encantamento. Alguns padrões foram inseridos na psiquê ao longo de muitos anos, se repetindo de modo a hipnotizar e criar vida própria dentro da mente, ou seja, foram enraizados e o trabalho em cima disso para que sejam quebrados esses condicionamentos seria começar uma auto sugestão contrária, se a pessoa por exemplo, acredita que não é bonita por conta de padrões aprendidos pela mídia e sociedade, mesmo que as pessoas digam o contrário, é preciso que ela se livre disso afirmando que sim, que ela é bonita independente de padrões uniformizados e limitantes que a mídia bombardeia na indústria da moda.

Algumas pessoas vivem o auto encantamento de forma inconsciente, comendo demais ou possuindo algum tipo de hábito nocivo ou tendo reações instintivas de autodestrutividade. Algo foi aprendido no mecanismo primitivo de sobrevivência da psiquê e no decorrer da vida se manifesta no piloto automático. Esses mecanismos devem ser quebrados e quando isso ocorre diz-se que houve uma cura. Alguns encantamentos e condicionamentos somente conseguem ser quebrados quando outro condicionamento é criado em seu lugar. Uma palavra de apoio e solidariedade pode fazer milagres por uma pessoa que esteja condicionada e que tenha sido amaldiçoada por uma palavra ruim de alguém na infância. Alguém que tenha escutado de uma pessoa adulta que não seria capaz de ser alguém por ser burra pode levar isso em sua psiquê pela vida se auto sabotando em tudo e sem saber de onde isso vem.

Crer em algo é um grande impulsionador da magia, é o verdadeiro gatilho, e se acionado da maneira correta faz-se atingir o objetivo. Uma das maiores dificuldades encontradas em relação a crenças para que se atinja um objetivo consta na crença pelo merecimento, pois de nada adianta por exemplo, acreditar na força de uma deidade, de um santo ou de uma entidade se por dentro a pessoa não se sente merecedora daquilo que quer que aconteça. Vejo muitas pessoas que ardorosamente creem em seus Orixás de cabeça, em alguma deidade ou que amam profundamente determinado panteão e que fervorosamente e de modo muitas vezes teatral reverenciam, cultuam com muito respeito, fazem rituais e oferendas e não alcançam resultados significativos como se houvesse um fator dentro de suas magias que neutralizasse toda aquela devoção, seria como colocar água em uma essência de perfume, tornando-a mais enfraquecida, e essa água seria a auto sabotagem, a crença negativa que vive dentro da pessoa em formas pensamentos e que se alimentam de fracasso em fracasso.

Quando a força da crença começa a se manifestar de forma palpável, movendo as montanhas na vida da pessoa, de que Jesus Cristo falou, ( ou seja , os obstáculos ) a pessoa, ou mago, ou bruxa consegue perceber como as coisas funcionam quando tudo está bem sintonizado e o fato de soprar um punhado de canela no dia primeiro de cada mês ou de colocar uma folha de louro na carteira passam a ter outro significado. Concentrar-se em uma ideia mostrando-se merecedor e livre de crenças limitantes, somos muito movidos por forças que desconhecemos, conhecer é se tornar liberto, para desta forma praticar a magia no cotidiano em todos os atos e pensamentos do dia.






Lilian Zahírah.













Consultas de Tarot.

Consultas de Tarot:


Consultar-se com o Tarot é usar uma ferramenta que pode direcionar o andamento da vida, mostrando os melhores caminhos e propondo soluções para os problemas do cotidiano, auxiliando nas escolhas.

• O Tarot é uma excelente ferramenta de autoconhecimento e pode ajudar a promover equilíbrio e desenvolvimento pessoal.
 • Traz à tona e à luz da consciência, de forma eficaz, os aspectos pessoais que devem ser trabalhados a fim de obter crescimento pessoal e cura da alma.
 • O Tarot ajuda na busca pela verdade nas questões afetivas e de relacionamentos pessoais, mostrando as faces ocultas de pessoas e de situações da vida, melhorando relacionamentos.
• O Tarot mostra o melhor caminho quando surge uma dúvida. Consultas para:


* Amor e relacionamentos.
* Trabalho e finanças. 
* Tomada de escolhas e decisões em todas as áreas.
* Saúde e questões do cotidiano.
* Vidas passadas e evolução espiritual na atual existência. 
* Autoconhecimento.





Sobre as consultas:

Consultas de uma pergunta: • São respondidas no máximo em duas horas após a confirmação de pagamento. • whatsApp ou e-mail • Valor de cada resposta: R$ 35,00 

Consulta normal (uma hora de duração): Valor: R$ 85,00.

Consulta para "Soluções Mágicas" • Indica encantamentos positivos. • Melhorar a vida em algum aspecto. • Questões amorosas, financeiras ou espirituais. • Apoio de Tarot e Radiestesia • Base nos dias da semana, fases da lua, velas, cores e elementos da natureza. • Duração: meia hora • Valor: R$ 50,00

Lilian Zahírah (11) 99533-1456